Luiz,
li em sua coluna o artigo que respondeu às dúvidas de uma leitora a respeito da profissão de veterinário, e gostei muito, principalmente por ser tão completa. Sou estudante do curso de Nutrição e gostaria também de conhecer um pouco mais sobre este mercado: remuneração, oportunidades de trabalho, enfim, tenho as mesmas dúvidas que a leitora relatou, porém relacionadas ao campo da Nutrição.
Agradeço a resposta,
Francine Silva
Belo Horizonte - MG
Cara Francine,
pesquisando o Guia do Estudante da Editora Abril, o Dicionário de Profissões do Jornal da Tarde e o Guia de Profissões da Editora Oriente-se, colhi algumas informações que talvez possam ajudá-lo. O nutricionista é um profissional da área de Saúde que tem como objetivo ajustar os hábitos alimentares às necessidades específicas individuais ou de determinados grupos, procurando elaborar dietas equilibradas, visando à preservação da saúde e o combate à obesidade e outras doenças, levando em consideração a região e a época em que os alimentos são encontrados.
O campo de atuação do nutricionista é muito variado, podendo atuar em clínicas, Saúde Pública, alimentação institucional (empresas), Magistério e Pesquisa.
Suas atividades incluem:
• planejar, organizar e dirigir serviços de alimentação e nutrição e estudos de alimentos dietéticos
• orientar grupos ou indivíduos, sadios ou enfermos, em instituições públicas e privadas e em consultórios de nutrição e dietética
• prescrever, planejar, analisar, supervisionar e avaliar dietas para atletas, obesos, doentes em hospitais, clínicas e consultórios
• elaborar informes sobre Nutrição
• gerenciar projetos de desenvolvimento de produtos alimentícios
• analisar a qualidade de produtos alimentícios industrializados
• solicitar exames para o acompanhamento de tratamentos por dieta
• participar de inspeções sanitárias relativas a alimentos
• ensinar disciplinas de Nutrição e Alimentação nos cursos de graduação da área de Saúde e afins
• participar de estudos de dietas regionais, necessidades nutricionais das populações e disponibilidade de nutrientes
Cerca de 11 milhões de trabalhadores brasileiros recebem alimentação das empresas nas quais estão empregados, seja em restaurantes internos ou pela distribuição de tíquetes-refeição e cestas de alimentação. Entretanto, isso não se traduz em empregos para nutricionistas devido ao fenômeno da terceirização: em todo o país, para reduzir custos e encargos sociais, as empresas dispensaram suas equipes de cozinha e passaram a contratar empresas prestadoras de serviços de restaurante, que têm equipes completas com cozinheiros, auxiliares de cozinha e nutricionistas. A concorrência entre essas empresas é muito grande: precisam oferecer baixos preços por seus serviços e, portanto, manter os custos baixos, o que inclui o salário pago aos nutricionistas.
Por outro lado, as escolas de Nutrição se multiplicaram nos últimos tempos, formando cerca de 2.000 novos nutricionistas por ano. Há mais de 25.000 profissionais da área no país; 60% empregados na área de Alimentação Institucional (empresas), 15% em hospitais, 10% em creches e escolas e 10% em ramos diversos (indústria de alimentos, setor de refeições-convênio e fabricantes de dietas congeladas). Apenas 5% dos nutricionistas têm seus próprios consultórios.
A área de Nutrição Esportiva é, atualmente, uma das mais procuradas pelos recém-formados, porém, é a que tem a menor demanda de mão-de-obra, pois absorve poucos profissionais. O nutricionista que tem esta especialização trabalha junto a clubes, associações esportivas e academias de ginástica, orientando os atletas sobre as dietas balanceadas específicas a cada modalidade.
Atividades de ensino e pesquisa também constituem numa boa opção para os mais interessados em trabalhos científicos e acadêmicos.
Grandes indústrias alimentícias vêm empregando nutricionistas no serviço de Atendimento ao Consumidor, para esclarecer dúvidas e orientar as pessoas no uso correto dos produtos.
A jornada de trabalho dos nutricionistas é longa. Nas empresas concessionárias de Serviços de Alimentação, estes profissionais devem permanecer no local de trabalho para supervisionar as refeições dos funcionários e podem ser responsáveis pelas compras dos alimentos, sendo obrigados a percorrer supermercados e feiras. Na cozinha, passam muitas horas de pé, supervisionando o preparo dos alimentos pelos auxiliares. Em hospitais, fazem visitas aos pacientes, para saber se estão adaptados à dieta prescrita. Em creches e escolas, precisam estar em contato direto com professores e crianças, além de entrevistar pais ou responsáveis. Nos projetos de pesquisa fazem longas caminhadas, de porta em porta, para coletar dados nutricionais sobre as populações atendidas, que nem sempre recebem bem o profissional.
Com relação às características pessoais, o nutricionista deve possuir boa disposição física, capacidade de comunicação, capacidade de organização, capacidade de ouvir sugestões e críticas, criatividade, interesse pelas Ciências, Método, paciência, preocupação com higiene e senso prático.
Os cursos de pós-graduação têm os seguintes tempos de duração:
Nutrição e Dietoterapia – dois semestres
Nutrição Animal - um semestre
Nutrição Clínica – um semestre
Podem ser feitos cursos de Mestrado em Zootecnia, Ciência da Alimentação e Alimentos e Nutrição, todos com um semestre de duração. Quanto ao Doutorado em Nutrição Humana Aplicada e em Nutrição Básica e Experimental, eles duram um e dois semestres, respectivamente.
Os valores mínimo, médio e máximo praticados para os profissionais de Nutrição são:
R$ 850,00, R$ 1.573,50 e R$ 2.754,00
Os dados são originários do banco de dados do Grupo Catho.
Francine, obrigado por prestigiar nossa coluna.
Luiz Carlos de Almeida
Gerente de Pesquisa Salarial